sexta-feira, 15 de novembro de 2013

SUÍÇA (Switzerland) - GENEBRA (Geneva) Parte II

                                              A capital da paz mais agitada do mundo



É muito difícil resumir tudo que eu vivi em Genebra.. Na verdade não só de Genebra em si, como em Ferney-Voltaire, a cidade francesa na divisa onde a casa da minha amiga Elena ficava. 
Não vivi só a cultura Suíça, mas também a Russa, Ucraniana, Alemã e muitas outras. 
                          It is, in fact, really hard to resume what i lived in Geneva. Not just in Geneva itself, but also in Ferney-Voltaire, the french city in the border where the house of Elena, my friend, stayed. I did not live just the Swiss culture, but also the Russian, Ukrainian, German cultures and a lot of others.


Quando saí do trem eu parecia ter mudado de país e até de continente. Muito mais pessoas circulando, entre eles vários viajantes com mochilões(Ufa!).. pessoas falando alto e andando apressados.
Mais expressões, mais risadas altas e mais calor humano! 
Foram dez dias ou mais intensos e quase sem parar, divididos entre o início da viagem e o final .. conhecendo milhões de coisas novas e muitas pessoas dos mais diferentes lugares.
                  Quem i left the train it seemed that i have moved of country and even of continent. A lot more people around, and between them a lot of backpackers (Whew!).. people talking in out loud voice and waking on a rush. More expressions, more loud laughs and more humam warmth! It was ten intense days or even more   and almoust without stopping, divided between the begining and the end of my european journey.... getting to know millions of new things and a lot of new people from the most different places.    


 Conheci inclusive muitos brasileiros pro que eu imaginava conhecer(zero), que foram morar em Genebra tendo família ou não. Falei mais portguês do que francês, inclusive.
Bem diferente de Zurique, Genebra era agitada, cheia de jovens com espírito de jovens mesmo.
Tinha mais turistas, mais pessoas diferentes. Me pareceu ser uma cidade muito mais aberta às diferenças e a receber quem vem de fora.
                           I even met, by the way, too many brazilians for what it was expeecting (zero) that moved to Geneva having family there or not. I spoke more portuguese than french, by the way.
Quite different from Zurich, Geneva was stirred, full of young people with true young spirit.
There was more tourists, more different people everywhere. It seemed to me a city much more open to the differences and to receive who comes from far.

A cidade das flores, dos jardins, da vida, do agito, do dia e da noite onde as decisões mais difíceis durante minha estadia eram por qual queijo começar.
                                     The city of the flowers, of the gardens, a shaked city. The city of the day and also of the nightlyfe where the most difficult decisions i had to make while staying there were by which cheese I should start.

(e era difícil decidir! heheh)
(And it was hard to make a decision! hahah)

Mas calma aí! Não foi tudo tão lindo assim no meu primeiro dia. Chegamos na casa dela e me deparei com um mastro de pole dance no meio da sala... não imaginava a Elena que conheci fazendo pole dance, mas ok.. vamos lá.  Saímos para um bar com amigos da Elena e já emendamos em uma boate(logo eu que nunca fui de noitada e sempre preferi um chorinho com amigos na Lapa). Na boate todos se acabavam, dançavam até não poder mais. Se agarravam e desagarravam, trocavam de par e se agarravam de novo. Uns pegavam pesado mesmo! Eu só arregalava os olhos.
                                     

Opa! Peraí! Muita calma nessa hora! Me assustei! Muito de uma só vez para uma humilde mochileira brasileira. Logo brasileira... do país que é "famoso" pelo fio-dental mas já um topless... Peraí que já é demais!
Não é engraçado isso? Temos uma imagem de "país da putaria"(desculpa a palavra) pelo mundo mas se alguém faz um topless na praia já gera mal olhares e reprovação.

Eu pensava nisso enquanto lá ia Elena com roupas minúsculas subir no balcão do bar para dançar e rebolar sem estar nem aí para quem pensasse qualquer coisa dela. Toda hora vinha a imagem dos meus pais na cabeça imaginando que eu estaria tranquila, passeando pela cidade.. e lá eu estava naquele clube louco!
Fiquei com medo do "cronograma" que ela tinha feito para a minha visita fosse todo nesse ritmo e comecei a me arrepender.
"Ai meu deuss! O que estou fazendo aqui?! Cadê a Elena que conheci na Bolívia que mal sabia rebolar e que era famosa por ser meiga e apaixonada pela natureza e animais?!"

Mas não tinha jeito. A Elena tinha mudado mesmo. E então, o que eu ia fazer? Ir embora? Ficar de cara emburrada? Não.. isso nunca combinou comigo. Dei mais uns goles na cerveja e entrei na dança(claro que não na mesma intensidade dela hahah).
"Vamos ver no que vai dar."
 Ela estava me recebendo de braços abertos e eu que não ia ser ignorante a ponto de desistir de tudo em uma noite... esperei para ver o que ia acontecer no dia seguinte.

Para minha surpresa no dia seguinte acordei com o café-da-manhã pronto, recadinhos fofos pela casa me dizendo para comer e ficar pronta que ela já voltava para irmos passear. Chegou do trabalho de  roupa social (oposto da noite anterior) e eu fiquei pasma como ela nem de longe parecia a dançarina da boate. Jogou a pasta no sofá, abriu o maior sorriso do mundo e tudo voltou ao normal e lá estava a Elena que eu conheci na Bolívia de novo.

"Vamos, vamos! Agora estou oficialmente de férias e tenho muuitas coisas para te mostrar!"
E ela me surpreendeu. Nosso tour foi lindo! Saí de Genebra triste e com muita vontade de voltar...

La vivi de tudo um pouco. Do contato total com aquela natureza totalmente diferente da tropical, dos passeios de longas caminhadas pelas ruas da cidade da parte nova à antiga com minha amiga me contando a história da cidade e do país, das aventuras pelo interior da Suíça nos perdendo no meio de nevascas pelos Alpes, de banhos em lagos até as noites mais loucas em clubes de noites latinas onde de tudo acontecia.

Conheci desde a sede da ONU


(onde em frente havia um monumento enorme que era uma cadeira com perna quebrada, que me contou Elena que era uma manifestação contra a fabricação de minas terrestres e representava os inválidos da guerra) e conheci também desde a "Wall Street" suíça até a o mini cafe bar escondido em uma ruazinha de paralelepípedo atrás de uma fonte especializado em chás que parecia ter saído de um conto de fadas, ou direto de uma casa de bonecas onde parecia que o chapeleiro maluco ia sair de dentro do bule.

Sorri, ri, gargalhei e também chorei.

Os amigos da minha amiga nunca foram tanto os meus amigos e fui embora me sentindo parte do grupo.
Muitas perguntas, muitas respostas. Tanto da minha parte quanto da deles. Eu despertava curiosidade nas pessoas que conhecia, e era incrível como todos eram tão curiosos com o novo.

Intriguei muitos suíços contando sobre o brasil, sobre a nossa história e cultura e impressionei muitos ao dizer que Michel Teló não representava o Brasil, pelo menos não para mim. Mostrei vídeos, música e tudo que eu podia para naquele espaço de tempo ensinar tudo que dava do lugar de onde eu vim. 

Meu francês me decepcionou e eu depois dos primeiros dias já nem tentava entender mais porque até então só me dava dor de cabeça. Era tudo no inglês, mas fiquei feliz quando consegui entender algumas palavras e percebi que comentavam de mim falando o quanto eu era inteligente e o quanto eles tinham para aprender comigo sobre o Brasil. Ganhei o respeito de muitos que mantinham aquela velha imagem do país ferrado do futebol e da caipirinha e fiz muitos desejarem muito conhecer esse nosso país doidinho, mais ainda sim lindo.

Não fui pouco bem recebida não, eu fui MARAVILHOSAMENTE BEM recebida! Com geladeira lotada de tudo que eu queria experimentar (e isso incluía uns 20 tipos diferentes de queijos, claro!) e até de coisas que eu nem sabia que existiam como um Danete de chocolate suíço com café e chantili que eu babo só de lembrar. Minha amiga estava tão feliz de me ver que tirou folga para passearmos muito e fez o cronograma. Fui mimada com direito a fondues e sobremesas russas que deixaram minha irmã morrendo de inveja.

(E vi que esse tal de fogão de mentirinha funcionava de verdade! rsrs)


(Montreux, Vevey, Chexbres merecem um detalhamento a parte e quando eu o fizer todo mundo vai entender o motivo)


Genebra era mais jovem e consequentemente agitadíssima com muitos carros na rua, buzinas e trânsito. Bem diferente de Zurique onde parecia que tudo era combinado( até a hora de cada um deveria sair de carro na rua). Elena com suas clássicas calças rasgadas e sempre sem sutiã cortou uns, atendeu celular dirigindo, uma hora andou um trecho na contra-mão e furou um sinal vermelho. 
"É, definitivamente não estou mais em Zurique!"  
Era até difícil acreditar que Elena e Manuele pertenciam ao mesmo país.

E era mais incrível ainda os dois mesmo tão diferentes terem feito em me sentir bem-vinda e em casa de duas maneiras totalmente opostas.

 

A estação é pequena, o aeroporto menor ainda! 
"Nem se compara com aquele monstro que vocês chamam de aeroporto no Rio" Disse Elena rindo lembrando de quando se perdeu no aeroporto Galeão sem meios de comunicação e me deu um puta trabalho para encontrar a menina suíça perdida com calças rasgadas!

 Tudo lá era pequeno e eu não entendia como uma cidade tão mundialmente famosa, a tal capital humanitária do mundo, capital da paz que abriga a sede da ONU, a Cruz Vermelha e mais de 190 organizações internacionais conseguia dar conta com tudo (principalmente com um único aeroporto) tão pequenininho.
"Logística, Camila.. Ótima logística" Ela me disse e então eu vi que a minha pergunta estava errada e que a dúvida certa seria "Por que o Brasil tem que fazer tudo "o maior" para achar que é "o melhor"? Ou.. "Por que as coisas no Rio de Janeiro são tão grandes?" Tudo bem que o Brasil é enorme..mas mesmo assim..!
 Eu detesto voar, levar pessoas para embarcar ou buscar quem chega do Galeão. Vive e mexe me confundo com onde entrar, se é para ir para a parte velha ou nova e sempre me atraso perdida pelos andares.
Sei lá, mas toda essa grandiosidade por aqui me assusta. Sempre gostei de coisas pequenas e mais simples, práticas e, principalmente, funcionais.. e isso com certeza puxei do meu pai.

MEU DEEEUSS, eu estava em Genebra!! Naquela cidade que tantas vezes vi em noticiários e tantas vezes ouvi falar.. A cidade origem da famosa Cruz-Vermelha!

"Ok Camila, agora pronta para mudar de país?"
Dez minutos de carro e estávamos em Ferney.  Nem vi a fronteira passar. Sem fiscalização, nadica de nada. Parecia que tínhamos cruzado apenas um bairro. E depois com mais dez minutos estávamos em Genebra de novo.

Uma coisa que me arrepiou lá, foi que de praticamente todos os lugares que eu fui (casa da Elena, de amigos, etc..) sempre quando estávamos indo embora eu olhava para trás estava a pessoa acenando e as montanhas lindas com picos nevados ao fundo. Parecia de propósito para deixar a despedida mais difícil.
Sempre aquelas montanhas ao fundo..














Como era difícil acreditar que eu estava ali, na casa daquela menina que conheci um caco na Bolívia.












Me senti em casa na hora e durante todo o tempo que estive lá de tão bem-vinda que ela fez eu me sentir!
Ela me pediu para não reparar que a casa não era grandes coisas..
Não era grande coisa? Parecia que ela não lembrava que tinha vindo ao Brasil um dia. 

Era linda, tudo que eu sonho em ter um dia para mim e que nunca seria possível bancar com a nossa idade aqui no Brasil sem ter feito faculdade alguma, só trabalhando como secretária ou algo assim.

 Outra realidade que às vezes me deixava pensativa e triste pensando nas quanto mais coisas e lugares eu poderia ter conhecido se tivesse nascido na Suiça. Mas tudo tem seu momento, tudo tem seus motivos! 
E eu sou feliz sendo brasileira, pois o Brasil que me fez quem eu sou. E aos poucos vou me jogando nesse mundo, como já dizia Moraes Moreira.



Era difícil acreditar que eu podia ser tão bem recebida por uma pessoa que eu conheci há pouco mais de um ano e que morava do outro lado do mundo. Mas dizem que passar perrengues juntos fortalece a amizade, e se for vendo dessa forma nossa amizade vai ser para vida.. porque o que passamos na Bolívia não foi pouca coisa não. (Mas isso fica para oooutra história).

O que importava era que a gente estava ali, direto dos mosquitos para o luxo.

Fomos, juntas, salvadoras de filhotes de pássaros machucados caídos no meio da rua,















(O pássaro está livre no banheiro, por favor tenha cuidado!)

 gordinhas tensas devorando os melhores cup-cakes da vida..                                                         
 

Fomos aventureiras pegando o carro e indo até a Itália só seguindo GPS para... tomar um Capuccino, maybe?!

 Fomos ousadas ultrapassando sinais de "estrada fechada"...
e inconsequentes andando perdidas por meio de nevascas.












Mas também fomos humildes a ponto de admitirmos termos errado, mas não deixando de sermos persistentes.. pois não desistimos até que encontramos o caminho certo e chegamos aonde queríamos: San Fedele - Itália.











Fomos malandrinhas pegando bonde sem ticket, sendo expulsas e subindo em outro.. e andamos, andamos muito.
Conheci o maior banco do mundo (de sentar, não de guardar dinheiro, como disse Elena).
(o maior banco do mundo)

E que cidade!!!!!!
                                 Não tinha uma esquina que não fosse linda e cheia de flores e árvores. Na parte nova, na antiga, no lago.. everywhere!
                                                                         





Bebedouros espalhados por toda a cidade e não sei se era psicológico mas a água parecia a melhor que eu já tinha tomado na vida!


Que centro lindo!
 Tulipas (que eu pensava que só ia ver tantas em Amsterdam, por ser famosa por isso) espalhadas por todos os lados, nos canteiros pelas ruas, nos bebedouros no centro das praças, nas portas e janelas das casas, na cestinha das bicicletas, pelo chão. Por todos os cantos! Flores, flores e mais flores colorindo a cidade que até agora, é a mais linda que eu já conheci.






"Mas.. peraí! E Paris?! Não?!"
Paris ainda não me conquistou. Mas Genebra.... (Não que Paris não seja bonita, mas bem.. eu peguei um tempo horrível e é tudo grande demais para mim!)
           






Já Genebra não... parece ter sido feita sob encomenda.

 E como eu queria que as pessoas que eu gosto pudessem ver essa cidade com os próprios olhos. Acho que é o que me incentiva a escrever.


Vivi nesses dias em Genebra coisas que nunca tinha imaginado. Abri a cabeça. Perdi preconceitos..
Aprendi a conviver com diferenças berrantes.
Ela, Elena.. com calça rasgada e sem sutiã  e que nas noite nas festas chamava atenção e arrasava corações e quando tinha vontade subia aonde quisesse para dançar.. assim que descia da bancada continuava um doce, amiga, preocupada e cuidadosa, apaixonada pela natureza e mais ainda pelos animais.



 me mostrou mais uma vez que uma roupa não diz absolutamente nada sobre quem você é.







No Brasil ela assustaria a muitos, com certeza! Até meus amigos, que assim que a conheceram quando ela ficou na minha casa a primeira coisa que falaram foi " Camila, ela sabe que o short está rasgado?" E ela sabia. Sempre soube.

"Camila, eu não ligo para roupas. Acho desperdício de dinheiro. E daí que meu short está rasgado na bunda? Ninguém tem bunda, então? Ninguém usa biquíni? Não entendo porque as pessoas valorizam tanto isso."

Elena ganha muito bem por sinal, mas não gastava um franco sequer com futilidades. A geladeira era lotada, a casa linda e bem localizada. O carro? Só usava nas folgas e era pequeno e suficiente para a levar aonde quisesse. Ela pedalava todo dia mais de uma hora para ir e mais uma para voltar do trabalho porque fazia ela se sentir bem.


E depois de tantos dias juntas eu me arrependi de a ter julgado pelas suas roupas ou pelo jeito que ela dançava no primeiro dia, pois vi que aquela menina de calças rasgadas está muito a frente do nosso tempo e que eu tinha muito a aprender com ela.  A dança não me assustava mais e voltei pro Brasil na verdade louca para fazer aulas de pole dance... heheh

Aprendi a apreciar a arte de dançar de uma forma diferente daqui do Brasil.

Mudei minha visão sobre pole dance. Entendi mais as muitas diferenças. Não é porque é sexy que é necessariamente vulgar... Assim como toda e qualquer dança!

Aprendi a apreciar a melhor forma de dançar: a de dançar simplesmente por dançar! Dá para entender?

Ser sexy lá era diferente de ser sexy aqui. Aqui no Brasil o "sexy" é muito mais julgado e pré-dispõe preconceitos. Porque aqui a maioria das meninas novinhas infelizmente tentam ser sexy quando têm  segundas intenções, para se sentirem valorizadas ou para chamarem a atenção de um cara qualquer..

Lá não.  Não.. nada disso!  Dançar era para matar a vontade de remexer mesmo! Ser sexy para nós mesmas, e não para os outros. Não passava de uma questão de auto-conhecimento e controle sobre o próprio corpo ao som de música. Total liberdade! Nenhum homem tentava se aproximar pois sabia que seria empurrado para longe por não respeitar o espaço delas... das dançarinas.
Dançávamos muito desde sozinhas em casa até nas festas mais lotadas e nos divertimos muito!


Dancei muito na Suíça e na Bélgica(quando nos juntamos com mais uma amiga da Bolívia) e voltei pro Brasil diferente. A música mexia muito mais comigo do que antes. O pé não conseguia ficar parado e independente do ritmo a vontade de dançar era quase impossível de segurar... mas após alguns puxões de orelhas das amigas brasileiras e reclamações do tipo "Camila, estão olhando para cá!" porque eu dançava diferente, tive que começar a entrar no nosso esquema de "dançar no seu quadrado" de novo... infelizmente.
Elas não entendiam o que eu tinha entendido e eu sabia que não seria uma conversa que iria as fazer entender... então percebi que o jeito era guardar para mim. Mas é só um reggaeton tocar que eu danço, mesmo que seja só dentro da minha cabeça.. lembrando de Genebra e Bruxelas.

Obrigada Elena, por ter aberto tanto a minha cabeça sem nem querer com sua espontaneidade.

Vous me manquez beaucoup ma chère!


A princípio eu ficaria em Genebra do dia 7 ao dia 15 de maio, e no dia 16 iríamos juntas para Amsterdam e em seguida Bruxelas. Depois então eu seguiria sozinha para Paris e Barcelona e deixaria os últimos dias de viagem livres para onde eu quisesse ir.. Portugal, Marrocos ou sei lá.

Mas com um e-mail tudo mudou. E na quinta-feira dia 9 comprei na pressa e paguei caro na última passagem disponível para um lugar que mal tinha escutado falar: Palma de Mallorca, uma ilha no Sul da Espanha.

Fiquei triste de deixar Genebra tão rápido e me separar de Elena na correria. Fiquei com vontade de voltar e acabei voltando depois de perder um vôo em Barcelona (mais e mais histórias) e passei minha última semana da viagem em Genebra.

Mas naquele momento, naquele dia eu precisava partir.
Para minha enorme surpresa finalmente depois de mais de um ano eu estava no mesmo continente, do mesmo lado do Oceano Atlântico de uma pessoa importante, e a princípio por apenas 3 dias.. então eu precisava correr.

Era hora do tão esperado reencontro... para entender, me despedir e colocar finalmente um ponto final em algo que se arrastava e desgastava desde La Paz, lááá na Bolívia.

Nervosismo, suando frio... Elena me levou às pressas para o aeroporto e enquanto entrava na área de embarque olhei para ela atrás me dando tchau e desejando sorte e bateu um frio na barriga com vontade de ficar. Entrei no avião e sentei, mas tudo o que eu pensava era
"Por favor, não decola!"
Mas não adianta.. o avião sempre decola me deixando na mão!

Palma de Mallorca.. aí vou eu, o que quer que você seja!
Torcia para pelo menos ser um lugar bonito....

E como era.